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Apesar dos avanços, Alagoas ainda tem dependência econômica

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E, prestes a completar 200 anos desde que foi emancipada da então província de Pernambuco, Alagoas tem glórias e derrotas, mandos e desmandos, avanços e retrocessos, ao ponto de historiadores e economistas colocarem em xeque o que a referida emancipação foi concretizada. Até hoje há polêmica quanto ao chamado Alvará Régio, assinado por Dom João VI, desgarrando a Terra dos Marechais do estado vizinho. A real motivação dessa separação ainda é contestada.

“Passados 199 anos, ainda não há uma posição consensual entre os historiadores. Se o Alvará Régio foi concedido como retribuição aos alagoanos que contribuíram se posicionando contra os revolucionários pernambucanos de 1817 ou até pela crescente importância política e econômica que essa parte do território, o Sul da província de Pernambuco, depois de 16 de setembro de 1817, se tornou Alagoas”, detalhou o historiador Geraldo Majella.

Apesar da dúvida persistir por tanto tempo, o pesquisador da história diz que Alagoas, nesses quase dois séculos, conseguiu o feito de romper com um círculo de miséria e dominação, assim como aconteceu também em outros estados da Federação, ao longo dos anos. Embora, segundo ele, o Estado ainda permaneça numa situação desigual em relação a outros, até do Nordeste, por exemplo.

“O modelo de desenvolvimento econômico ainda em atividade tem como base a monocultura da cana-de-açúcar e a pecuária. O setor de serviços não conseguiu ser relevante, ainda. Faço essa ressalva. Alagoas é uma espécie de laboratório de um determinado tipo de atraso político, que me parece vem sendo reproduzido com leves mudanças, desde a década de 1940”, comenta o historiador.

Ele explica que o chamado ‘atraso político’ é evidente, sobretudo durante as campanhas eleitorais, quando personagens conhecidos ou de famílias tradicionais de longo domínio nestas terras se revezam no poder. “As eleições acontecem e os polos de poder revezam entre os mesmos ou os próximos”, entende.

Fonte: http://gazetaweb.globo.com/gazetadealagoas/noticia.php?c=294225